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Vais comprar um desidratador? Pensa duas vezes antes de o fazer!

Hoje partilho convosco a minha experiencia sobre a técnica de desidratar e os meios para o fazer. 


Confesso que para mim ainda é uma técnica recente. Comprei um desidratador simples, dos redondos e quando tenho um tempinho parto à descoberta pesquisando e ensaiando.

Quando comecei, há cerca de 4 anos, havia muito pouca informação. Comprei um livro em pdf mas não me adiantou muita coisa, por isso criei dos primeiros grupos no Facebook sobre este tema - Desidratação de legumes e frutas para fãs e curiosos,  com o intuito de encontrar pessoas que estivessem “na mesma onda”.


O que me levou a comprar o aparelho foi esta minha curiosidade e necessidade de experimentar coisas novas, que me é inerente e que me faz sentir viva, mas foi sobretudo por querer fazer chips de legumes, produto que uma amiga estrangeira me ofereceu numa visita que lhe fiz. Fiquei apaixonada e queria muito aprender a fazer e se possível melhorar pois que me apercebi que eles eram muito oleosos e temperados de forma excessiva. Mas estou a conseguir a fazer muita coisa menos os tais chips. Comprei também a pensar em aproveitar a fruta do quintal.


Desidrato fruta que consumo como snacks ou em bolos (no bolo rei fica um espetáculo) e quando já aproveitei a do quintal, tento comprar nas épocas em que a fruta que pretendo, esteja mais barata. Adoro fazer uva desidratada, é deliciosa e muito superior à que compramos. Banana também fica bem, estaladiça e docinha. A laranja e o limão ficam muito rijos, por isso ou uso para decoração de pratos, para chá ou então moo para depois usar em bolo como se fosse raspa de limão. A ameixa  é também muito interessante, seco-a inteira e fica mais rijinha, praticamente só dá depois para consumir demolhada ou cozinhada. Dióspiros, do tipo rijo, também ficam muito agradáveis. A maçã fatiada fininha fica bem crocante.                                                                                                                                           

Algas, sim é um sucesso! Apanho-as na praia, lavo-as muito bem e seco-as no desidratador.

“Arroz pan” um snack delicioso parecido com a hóstia chinesa, mas muito superior em qualidade, crocância e sabor, também se seca muito bem neste aparelho.

Ervas aromáticas secam rapidamente e preservam mesmo muito o seu aroma, aliás são as melhores de sempre que podem obter, não tem nada a ver com as de compra.

Legumes o que consegui até agora foi desidratar legumes previamente cozinhados como cenoura, bardanda em kimpira (palitos), raiz e lotus, mas também seitan, tofu e massa de arroz integral cozinhados.


Mas porque desidrato estes legumes assim? Porque em cru ainda não lhes encontrei o ponto ideal porque com este processo posso preservar legumes que não consigo encontrar durante o ano inteiro e acima de tudo porque posso levá-los de viagem e fazer sopa de miso (veja aqui a receita da sopa de miso) com eles, ou mesmo um cozido de legumes.


Qual aparelho comprar?

Já existem no mercado vários tipos de aparelhos desde solares a elétricos, dos mais caros e sofisticados aos mais simples e baratos.

Também se pode fazer no forno a 60 graus e com a porta semi aberta.

Já vi à, venda uns desidratadores solares em que o sol não bate diretamente nos alimentos mas não sei se funcionam bem. Um amigo comprou um assim artesanal e não resultava, mas poderia estar mais construído…


Há quem desidrate ao sol ou em forno solar com a porta semi-aberta, mas não acho que seja a melhor técnica para alguns alimentos pois que podem correr o risco de escurecerem. Experimentei secar alga kombu no meu forno solar e ficou castanha, parecia queimada. Para ervas aromáticas também não aconselho.


Aconselho a pesquisarem bem antes de comprarem um. Nos dias de hoje graças às redes sociais e a plataformas como o You Tube, temos essa oportunidade. Pode dar um pouco de trabalho mas vale a pena, pudemos aprender muito antes de comprar qualquer coisa. Inscrevam-se em grupos, vejam o que se diz, façam, perguntas.


Não vos aconselho a investir logo muito dinheiro num aparelho, optem por um mais simples, podem atém comprar em segunda mão, para perceberem se querem mesmo “praticar esta modalidade” e para perceberem como ele funciona. Então mais tarde, se gostarem da brincadeira, se virem que vos é útil, invistam num melhor.


Os desidratadores mais comuns são os redondos cujas prateleiras se sobrepõem umas às outras, que é o caso do meu, mas tenho ouvido dizer que os quadrados acabam por levar maior quantidade. Os de gaveta também parecem ser interessantes e mais práticos para controlar o ponto de secagem, para virar as fatias, etc.


Mas não pensem que desidratar é fácil e rápido!

Os preguiçosos e ocupados que tirem essa ideia da cabeça!

Desidratar dá um certo trabalho, precisa duma certa dedicação e mais do que aprender e a ensaiar, precisa de dedicação, de tempo e disposição pois que convém:

- Fatiar a maioria dos alimentos para secarem mais rapidamente e também para facilitar o seu consumo. Pode ser com uma faca ou mesmo com máquinas tipo as de cortar queijo no supermercado, ou um ralador;


- Passar as fatias por água com 1 pitada de sal ou sumo de limão para não oxidarem;

- Acompanhar a secagem, pois antes que as fatias sequem totalmente, convém virá-las uma por uma para não colarem no tabuleiro, senão ao retirar pode partir-se tudo;

- Confirmar/descobrir o ponto ideal de secagem por exemplo, eu gosto mais da uva passa menos seca, mais molinha, mas se a colocar simplesmente num frasco ela fermenta, ganha bolor, terá então que ser congelada, ou secá-la totalmente;

- A duração da secagem varia muito consoante a espessura e a quantidade de água do alimento, alguns podem levar mais do que um dia a secar.

- Guardar em frascos, de preferência hermeticamente fechados para que a humidade não entre. Ou em sacos fechados a vácuo;

- Colocar o aparelho num lugar arejado, de preferência debaixo duma chaminé ou perto de janela aberta porque “perfuma” se calhar, mais ainda do que os cozinhados que fazemos. Por exemplo ao desidratar algas, cebola ou alho o “perfume” é bem forte!

Perante estas dicas, fruto de alguma experiência e com algum banho de realidade e de sinceridade, agora já têm mais informações para decidirem se querem ou não investir num desidratador.

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